“É livre a manifestação do pensamento e da expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, sendo vedado o anonimato. (CF 88).”

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Poder e corrupção andam juntos? O que o poder faz com as “impurezas”?

Nem sempre para o governo o que vem de fora “traz impurezas”.
Quando traz benefícios, as “impurezas” não são vistas e deixam de existir,
pelo menos para aqueles que delas se beneficiam.

Corrupção e poder

O novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou recentemente que os desmandos que ocorreram em sua pasta se devem a que as ONGs passaram a ter maior participação na concretização de políticas públicas. E sentenciou: ele só fará convênios com prefeituras, não mais com segmentos da sociedade civil.
Ou seja, em vez de destrinchar o que ocorre na administração federal e de analisar as bases reais do poder e da corrupção, encontra um bode expiatório fora do governo.
No caso, quanto eu saiba, é opinião de pessoa que não tem as mãos sujas por desvios de recursos públicos. Não se trata, portanto, de simples cortina de fumaça para obscurecer práticas corruptas. São palavras que expressam a visão de mundo do novo ministro: o que pertence ao “Estado”, ao governo, é correto; o que vem de fora, da sociedade, traz impurezas…
O mal estaria nas ONGs em si, não no desvio de suas funções nem na falta de fiscalização, cuja responsabilidade é dos partidos e dos governos.
Esse tipo de ideologia vem associado a outra perversão corrente: fora do partido e do governo nada é ético; já o que se faz dentro do governo para beneficiar o partido encontra justificativa e se torna ético por definição.

Ler matéria completa em:

Nota: grifos de Vítima da Lei
“o que vem de fora, da sociedade, traz impurezas…”
Mesmo assim é aceitável, ao trazer benefícios para o  “governo”.  
Na verdade, quando foi para beneficiar o  governo do PT ( Raul Pont, então prefeito de Porto Alegre), as impurezas foram menosprezadas  e a tática usada foi a de afirmar que: Ao Município não cabe ficar investigando a vida de cada pessoa. E diga-se de passagem, que existe uma regra, no nosso Direito, que é conhecida por todos, que é a presunção de boa-fé. Logo, não cabia, pela cláusula, ficar investigando a vida do Sr. Nelson e de quem quer que seja que conecta com o Município por qualquer relação contratual” (Jorge Cesa Ferreira da Silva)
Por esse motivo foi feito um contrato de compra e venda “capenga”, pois não teve as firmas reconhecidas, não foi registrado em cartório e não teve a assinatura de mais um sócio, como estipulado em ata de assembléia geral da empresa vendedora.
E com tudo isso, o ministro Joaquim Barbosa prende-se a um artigo do CPC ( e não à Constituição)  para deixar de  julgar o processo, beneficiando o Município de Porto Alegre que usou de artimanha para comprar o imóvel que desejava, como atestou Cesa: “O fato que aquele imóvel era muito importante, dadas as suas características para o desenvolvimento de atividades educacionais. Ele está no centro da cidade, ele tem banheiros em todos os andares, ele permite salas para salas de aula. Ele tem todas as qualidades de um imóvel para aquelas características”.

Foi o que o senhor argumentou, ou não, senhor Jorge Cesa Ferreira da Silva?






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“É preciso entender que as leis servem apenas para orientar a nossa convivência, como sociedade. Mas nosso comportamento como pessoas depende de nossos valores, do uso de nosso discernimento e da nossa liberdade. Não dependemos de governos, partidos e líderes para sermos honestos e verdadeiros. Os valores morais é que nos mostram o caminho do bem e da verdade, são eles que impedem o ser humano de praticar atos ilícitos. Quando não são importantes na vida das pessoas, não há sistema que impeça um lamaçal de corrupção e de maldades.

Caráter, consciência, amor à verdade e ao próximo, generosidade, fidelidade, responsabilidade, respeito ao alheio, senso de justiça, são essas as virtudes que comandam a vida pública. Abandoná-las é decisão pessoal. Toda culpa é pessoal. Ela é decorrente do mau uso da liberdade. A culpa é tão intransferível quanto as virtudes. Nossa luta é convencer nosso povo a se comportar de acordo com essa visão ética. Por isso devemos sempre querer que os culpados sejam punidos.” (Sandra Cavalcanti, professora e jornalista, foi deputada federal constituinte.- O Estado de S.Paulo)

http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,os-culpados--devem-ser-punidos-,798388,0.htm